quinta-feira, 7 de julho de 2011
VALDEMIR FERREIRA - CARTUXO E SUA AFILHADA RAÍSSA
“Quero ver os jovens lendo coisas boas, ao invés de assistir a programas como Big Brother e a Fazenda, que deturpam os valores da nossa sociedade”
Cartuxo do Cordel
[Fonte (frase):"Jornal'Tribuna Ind.'"/www.tribuna-al.com.br]
Valdemir Ferreira, conhecido como ” cartuxo “, é filho de D. Flora ( Costureira ) e do saudoso Sr.Emídio ( mecânico ). Passou toda a sua infância e adolescência na Rua Boa Vista e atualmente reside na Rua Estudante José de Oliveira Leite, Centro de nossa metrópole.
Começou a trabalhar aos 11 anos vendendo picolés; aos 13 entregava butijões de gás. Antes de ingressar no Banco do Brasil ( Onde trabalhou de 1981 a 1997 ), lecionou matemática na Escola ” Hugo Lima ” e trabalhou em uma empresa multinacional de beneciamento de tabaco.
Valdemir é casado com D. Zélia, é pai de 4 filhos e avô de
João Vinícius.
São 70 cordéis produzidos e conta com a assinatura dos desenhos e ilustrações das capas de Paulinho da Julita, residente em Girau do Ponciano/AL. Cartuxo do Cordel continua na luta pela realização de seu sonho de ver os seus cordéis publicados, dando assim a sua contribuição para o crescimento cultural de todos nós. Ele é um grande divulgador da literatura de cordel, que nasceu em
Portugal e se tornou popular aqui no Nordeste brasileiro, ajudando a
ensinar, durante décadas, o nordestino a ler. Atualmente a sua meta é conseguir um patrocinador que esteja interessado em
divulgar esta bellíssima arte popular.
FRAGMENTOS
Aqui você encontrará fragmentos de alguns de seus principais cordéis:
1. ” O Maior Abandonado “
O que eu fiz na minha vida
Para poder viver assim ?
Meus filhos me jogaram num asilo,
Onde sou maltratado
Sozinho e isolado
Esse será o meu fim.
2. ” O Pastor e o Ladrão de Galinha “
O Pastor chega de viagem,
Quando desce na estação
Aparece um homem correndo
Trazendo um roubo na mão
o dono vem logo atrás
gritando: Pega ladrão!.
3. ” Wanderley, o Fora da Lei “
Foi numa cidade sem lei,
Um sujeito por nome de Wanderley
Metia medo a todos,
Não respeitava ninguém
Fazendo muita arruaça,
E querendo bater em todo mundo.
4. ” Por que Dormi na Rua ? “
Eu vou contar um relato
De uma história muito triste
Que comigo aconteceu
Pois eu vou ser sincero
Nada tenho a esconder
O culpado foi meu pai e eu.
5. ” O Pescador Artesanal “
Já escrevi vários temas
Mais um não poderia faltar,
O Pescador artesanal
Com toda humildade
Pois o seu mundo
É o rio e o mar.
6. ” Capitão Teixeira e Zé da Hora “
Foi numa segunda-feira
Lá prás bandas do Parnaíba,
Que conhecí Zefinha
Filha do Capitão Teixeira
Homem respeitado em toda região,
Do Agreste ao Sertão tinha muito valor
Depois do conhecimento,
Sem um consentimento
do Capitão Teixeira.
7. ” Benedita, a Benfeitora “
Foi nos idos de trinta
Que conheci Benedita,
Benfeitora de muita religião
Ajudando a todos
Com muita educação,
Fazendo sua obrigação.
CORDÉIS INFANTIS
São 8 cordéis direcionados ao público infantil, ilustrados por
Paulinho da Julita, com animais de nossa fauna:
1. O viajante
2. O galo desaforado
3. O grilo motorista
4. O pato e a galinha
5. O ABC dos animais
6. A sinfonia dos bichos
7. A banda dos bichos
8. O macaco vendedor de bananas
[ Por Pedro Jorge ]
CONTATO
[ E-mail ] cartuxo56@ig.com.br
CORDEL CONTRA O ANALFABETISMO ( sinopse )
Por Davi Salsa
Com muita criatividade e improviso, o ex-bancário Valdemir Ferreira, o .Cartuxo, dá o exemplo de que a poesia popular nordestina – mais precisamente a literatura de cordel – pode baixar os índices de analfabetismo e melhorar o aprendizado das crianças no interior de Alagoas.
Autor de mais de 50 folhetos impressos coloridos em papel off-set, o ex-bancário intitula seu trabalho de novo cordel. Valdemir mantém a tradição do cordel antigo com versos rimados e estrofes curtas, mas está inovando o trabalho com a escolha de temas ligados à ecologia, prostituição infantil e até um cordel traduzido para a língua inglesa. Intitulado .travelling.- que significa viajante traduzido para a língua portuguesa-, o cordel relata com muita diversão a história de duas aves migratórias que contam suas experiências pelos Estados brasileiros por onde passaram.
“Essa foi uma maneira divertida que encontrei para incentivar o hábito da leitura entre as crianças, além de ensinar um pouco de Inglês e Geografia”, explica o cordelista. Cartuxo diz que nunca havia escrito nada ligado à literatura ou poesia. Ele conta que a ideia de produzir literatura de cordel surgiu de repente, após completar 54 anos de idade. O escritor diz que as xilogravuras são feitas pelo amigo e parceiro Paulinho da Julita, que mora na cidade de Girau do Ponciano.
Atento a importância do seu trabalho, Cartuxo reclama da falta de apoio para produzir seus livros de cordel. “Faço tudo com muito esforço e não recebo nenhuma compensação financeira por isso. Meu sonho é contar com apoio para confeccionar os livros e distribuir nas escolas”,completou.
[ Fonte: "Jornal 'Tribuna Independente'", 31 de Janeiro de 2010 ]
[ Editado por Pedro Jorge ]
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns meu amigo cartuxo. Não deixe a nossa cultura se acabar !
ResponderExcluirValeu Cartuxo! Parabéns pelo excelente blog e por sua luta pela valorização e resgate da nossa verdadeira Cultura Popular.
ResponderExcluirViva a Cultura... Irmão!
Pedro Jorge - Arapiraca/AL